Mensagem do Presidente

O SERVIÇO DE EMERGÊNCIA DE SAÚDE NO CONCELHO DE TORRES VEDRAS

Desde o final de 2021 que tenho na minha agenda o compromisso de escrever os desejos para o novo ano de 2022, mas tenho vindo a adiar essa mensagem, por diversas razões. Inicialmente, adiei por causa da situação do serviço de emergência de saúde. Depois começou a guerra na Europa… a pandemia continua omnipresente e, finalmente, temos já, precocemente, o problema dos fogos florestais.

Todos estes problemas começam a pesar na nossa vida e, provavelmente, este ambiente tão negativo há de ter reflexos ao nível da saúde mental de alguns de nós. Mas a nossa resiliência há de prevalecer e, de uma forma ou doutra, havemos de ultrapassar esta tormenta e chegar a um tempo mais positivo. Mas, para isso, temos de identificar os problemas e tomar as medidas urgentes.

Esquecendo, por momentos, os problemas que, de forma mais direta, nos ultrapassam – a guerra na Ucrânia e a pandemia da COVID-19 em todo o mundo – e esperando que o trabalho de todos os envolvidos permita manter a questão dos fogos florestais controlada e com a mesma evolução positiva dos últimos anos, é importante focarmo-nos no GRAVÍSSIMO PROBLEMA DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA DE SAÚDE DO NOSSO CONCELHO.

Efetivamente, o facto de o nosso Hospital de Torres Vedras estar tantas vezes fechado para as nossas ambulâncias, implica que os Torrienses tenham de ser transportados para outros hospitais (Lisboa, Caldas, Cascais, Leiria e outros), pondo em risco a eficácia do atendimento, quer pela demora, quer pelo transtorno do transporte e da espera e, no limite, põe em risco a própria sobrevivência do doente.

Além disso, quando temos todos os nossos Bombeiros de serviço a caminho de outros hospitais, a nossa disponibilidade para responder às situações de emergência em Torres Vedras (fogo, atropelamentos, etc.) fica muito reduzida e, pasme-se, já este mês foi necessário recorrer aos Bombeiros das corporações vizinhas para socorrer habitantes do nosso concelho, mais uma vez pondo em perigo a sua saúde, nomeadamente, pelo aumento do tempo de resposta a essas emergências.

Por fim, como devem calcular, como reflexo do aumento do número de serviços (que chegam a ser mais de 40 por dia) e do facto de os doentes terem de ser transportados para fora do concelho (logo mais horas de serviço e mais quilómetros percorridos), o nosso Corpo Ativo começa a dar mostras de saturação e cansaço, além da frustração própria de quem não consegue fazer o serviço da forma mais adequada e mais lógica.

Espero que os Torrienses estejam todos conscientes desta situação e do risco que é a falta de socorro ou o socorro chegar atrasado e tenho a certeza de que todas as entidades envolvidas estão conscientes deste problema, mas é URGENTE que sejam tomadas medidas que resolvem esta situação, para salvaguarda da saúde de todos os Torrienses.

Os Bombeiros cá estarão para ajudar em tudo o que lhes for possível!

Torres Vedras, 15 de Abril de 2022

Guilherme Ferreira (Presidente da Direção da AHBVTV)


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